Texto - Praça do Ferreira, um espaço público por excelência

Texto: Jamille Ipiranga

Ilustração: Internet / Pinterest (autor desconhecido)

       A Praça do Ferreira faz parte do roteiro histórico-cultural da Cidade de Fortaleza. Situada no Centro, tem uma área de 7.603 metros quadrados. Seu nome é referência ao Boticário Ferreira, enquanto Presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, que em 1871 fez uma reforma e urbanização do espaço.  Um relógio foi construído em 1933 e colocado no centro da praça e é um dos cartões postais da cidade.

       No ir e vir da Praça do Ferreira, encontramos histórias de vida, estórias contadas, música, discursos, a alegria dos frequentadores em suas conversas diárias, vendedores ambulantes, transeuntes, amantes. É uma união de singeleza dos caminhantes e o ardor dos manifestantes.

       Minha história com a Praça do Ferreira é das antigas, ainda criança era levada ao Centro por minha mãe, para fazer compras, tomar sorvete e passear pela praça. Assistir um filme dos Trapalhões no Cine São Luiz e depois comer pastel na lanchonete Leão do Sul era o ponto alto das férias. Tudo no entorno desse local tão singular.

       Esse sentimento nostálgico da alegria da infância para muitos se mistura ao que essa praça é hoje, um espaço público que atende a vários segmentos sociais, desde os senhores que se reúnem para conversar e ver o movimento, além das iniciativas governamentais e institucionais, em que se lançam campanhas informativas ou serviços. É espaço também utilizado por artistas que apresentam seus talentos de música, mágica, artes, enfim, existe na Praça do Ferreira uma convergência de interesses, pessoas, classes sociais, culminando num papel de democracia e apropriação dos espaços públicos, sobretudo pela população.

       Pude conversar com o senhor Rui, que sentado no banco da praça, me disse que frequenta o local há muitos anos, e que não sente o tempo passar naquele local. Também assisti ao show dos repentistas Marreco e Jotinha que embolaram seus versos populares com humor e alegria para um público casual, mas muito atento aos versos e movimentos dos artistas.

     E num misto de lembranças, liberdade e democracia, nos sentimos acolhidos, participantes da história fortalezense, ora atores, ora espectadores, ora personagens anônimos dessa grande História da Praça do Ferreira.