Com o passar dos anos, o dedo anelar esquerdo vai criando
uma marca, às vezes um “descascado”, e por vezes, um calo. Inicialmente,
estranhamos ter esse novo objeto cravado indefinidamente, diuturnamente, mas tão
logo ultrapassada essa fase, nossa aliança vai se encrustando de forma tal, que
se confunde com nossa própria mão, parecendo que nasceram assim, colados. Já
dizia nosso filho, aos sete anos de idade, que “os anéis das pessoas casadas
faziam parte do corpo humano”, ponderou com sabedoria.
Assim também é o amor de casal. No início, estranhamos
aquela pessoa em nossa vida, alterando nossa rotina, adaptando-se ao nosso
convívio, questionando nossos hábitos. Há quem tenha pensado em “libertar-se”
do matrimônio, pois precisa existir muita renúncia e o perdão necessita ser
constante. Em alguns momentos parece ser tão simples desfazer-se de tanto compromisso
e abnegação, então é justamente nesse momento que a vida a dois só perdura
porque há três! É por causa da presença de Deus em nossa vida de casal que
superamos as dificuldades, perdoamos as mágoas e mantemos as alianças. A
fortaleza do amor entre homem e mulher, chancelado pelo amor de Deus por nós,
alimenta a vontade de permanecermos casados.
Por conta da maturidade do casamento, a intensidade do amor
e a firmeza da fé, aquele incômodo inicial de manter um anel constantemente e
uma nova vida em nosso dia-a-dia, transforma-se! Retirar a aliança, para fazer
um exame por exemplo, incomoda. É como se faltasse um pedaço de nós, porque ela
já fez um calo de união, de amor e de companheirismo.
Precisamos, enquanto casal, esperar o tempo de Deus, deixar
as tempestades passarem, firmarmos diariamente nosso matrimônio e sacramentar
que nossas alianças físicas e espirituais estejam bem protegidas para sermos
inspiração para outros casais e mostrarmos nossos calos da aliança como sinal
de amor, vitória e fé em Deus.
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