domingo, 1 de setembro de 2019

Texto - O calo da aliança



Desenhos animados do ícone das alianças de casamento
       Com o passar dos anos, o dedo anelar esquerdo vai criando uma marca, às vezes um “descascado”, e por vezes, um calo. Inicialmente, estranhamos ter esse novo objeto cravado indefinidamente, diuturnamente, mas tão logo ultrapassada essa fase, nossa aliança vai se encrustando de forma tal, que se confunde com nossa própria mão, parecendo que nasceram assim, colados. Já dizia nosso filho, aos sete anos de idade, que “os anéis das pessoas casadas faziam parte do corpo humano”, ponderou com sabedoria.
Assim também é o amor de casal. No início, estranhamos aquela pessoa em nossa vida, alterando nossa rotina, adaptando-se ao nosso convívio, questionando nossos hábitos. Há quem tenha pensado em “libertar-se” do matrimônio, pois precisa existir muita renúncia e o perdão necessita ser constante. Em alguns momentos parece ser tão simples desfazer-se de tanto compromisso e abnegação, então é justamente nesse momento que a vida a dois só perdura porque há três! É por causa da presença de Deus em nossa vida de casal que superamos as dificuldades, perdoamos as mágoas e mantemos as alianças. A fortaleza do amor entre homem e mulher, chancelado pelo amor de Deus por nós, alimenta a vontade de permanecermos casados.
      Por conta da maturidade do casamento, a intensidade do amor e a firmeza da fé, aquele incômodo inicial de manter um anel constantemente e uma nova vida em nosso dia-a-dia, transforma-se! Retirar a aliança, para fazer um exame por exemplo, incomoda. É como se faltasse um pedaço de nós, porque ela já fez um calo de união, de amor e de companheirismo.
       Precisamos, enquanto casal, esperar o tempo de Deus, deixar as tempestades passarem, firmarmos diariamente nosso matrimônio e sacramentar que nossas alianças físicas e espirituais estejam bem protegidas para sermos inspiração para outros casais e mostrarmos nossos calos da aliança como sinal de amor, vitória e fé em Deus.

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