Texto: Jamille Ipiranga
Ilustração: Marcilene Damascento
Refletindo sobre o Big Brother Brasil me deparei com o BBB
de Deus. Às vezes penso que a gente está num reality show e Deus está nos
olhando. Então eu penso: será que estamos agradando a Nosso Senhor? Quanto
tempo mais Ele permitirá que fiquemos na Casa Comum?
Será que minhas atitudes vão me salvar do paredão do
inferno? E nas provas da vida, eu ganho ou perco a misericórdia de Cristo? Faço
tudo ao meu alcance para que outras pessoas vençam comigo ou sou implacável e
quero o pódio da vitória só pra mim?
Se eu tivesse um anjo para dar, protegeria a pessoa correta?
Melhor: eu tenho realmente sido anjo de alguém? Da minha família? Amigos?
Desconhecidos? Ou estou fazendo as alianças com as pessoas erradas? Priorizando
as coisas terrenas em detrimento das eternas?
Se eu fosse monitorada 24h pelo Espírito Santo, o que seria
selecionado para ser exibido em rede divina? Minhas lamúrias e lamentações?
Minha maledicência da vida alheia? Onde está o foco da minha vida? No bem ou no
mal?
Sendo líder e tendo abundância de bens, como vou agir?
Reconheço os talentos de outras pessoas? Distribuo com quem não tem? Incluo ou
excluo? Até onde vai verdadeiramente a minha fé? Pago o preço e vou até o final
para ser uma pessoa do bem? Ou tenho me limitado em cancelar quem eu não
aprovo?
Se eu for selecionada para ir para o quarto secreto ou um fazer
um isolamento social, vou aproveitar para repensar minhas atitudes? Ou vou
retornar para o jogo da vida sem fazer mudança nenhuma? Ou pior ainda, voltar
mais implacável e com vontade de me vingar das pessoas? Vou aproveitar melhor o
tempo ou continuar numa corrida frenética e dispersa?
Nossa vida acaba sendo um eterno Big Brother, onde seremos
avaliados pelas nossas ações. Nosso dia a dia vai definir se caminharemos para
uma estrada aparentemente mais difícil, cuidando de si e dos outros ou se
optaremos em viver na xepa das emoções egoístas. O que vale mais: ser ou
vencer?
Cuidemos, portanto, desse grande reality show que é a nossa
própria vida porque não será um público qualquer que irá fazer a escolha do
certo ou errado. O julgamento será superior ao humano e usará critérios como
amor, solidariedade e compaixão para avaliar se ganharemos o prêmio final.
Cuidemos para subir o pódio certo do grande show da vida, que virá inevitavelmente
após a morte. Se cuida, brother!
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